Escolas, Professores e Regentes Escolares no Concelho de Ponte de Lima (1938-1941)

Autores

  • José Carlos de Magalhães Loureiro

Resumo

No presente artigo expomos a situação das escolas do concelho de Ponte de Lima num período de charneira. Com efeito, o início da década de 40 do séc. XX permite-nos observar as escolas na época imediatamente anterior à da implementação do Plano dos Centenários e num momento em que se vislumbra a convergência entre “a pressão para a alfabetização dos mais velhos e para a escolarização dos mais novos”, estimulada por alguns setores do Estado, e a aceitação por parte das camadas populares da escolarização, entendida como relação estruturada e estandardizada com a cultura escrita (Candeias, 2001, p. 58). Como diversos autores têm notado, a adoção de uma visão pragmática e a difusão de uma experiência escolar mínima, em que se incluíam a redução do número de anos de escolaridade e o estabelecimento dos postos escolares, contribuiu para que a partir das décadas de 40 e 50 se tenha chegado a níveis de frequência escolar significativos. A par da constatação do aumento de edifícios escolares e da frequência de alunos, cabe questionar sobre as condições de funcionamento das escolas e sobre a preparação científica e pedagógica dos professores para que se possa compreender melhor o processo de escolarização. Como escreve Rómulo de Carvalho é necessário espreitar “para os bastidores da cena” (1986, p. 773). Recorrendo fundamentalmente a quatro tipos de fontes – as estatísticas oficiais, o cadastro de bens do Estado, as atas camarárias e a imprensa local –, procuramos desvelar alguns aspetos da situação material das escolas e da composição dos ensinantes do concelho na antecâmara do período em que se ergueram os edifícios escolares e se consolidaram as práticas didáticas e pedagógicas que comummente as gerações atuais identificam com a política do Estado Novo.  

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Publicado

2024-04-17

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Artigos